SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Conceito. 4. Mente Rígida: 4.1. Resistência a Mudanças; 4.2. O Problema da Apatia; 4.3. Preconceito. 5. Mente Flexível: 5.1. Habilidade ou Virtude?; 5.2. Exceção à Regra; 5.3. Caminho do Meio. 6. Autocrítica: 6.1. Espírito Crítico e Espírito de Crítica; 6.2. Senso Crítico; 6.3. Conhecimento de Si Mesmo. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O que é a mente? Quais são os tipos de mente? Como situar a autocrítica? Somos preconceituosos? A nossa mente é aberta ou fechada?
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Desde tempos remotos, o ser humano se move para pensar bem. Sócrates utilizava a ironia e a maiêutica para construir os seus conceitos.
O principal zelo desses primeiros filósofos era a busca da verdade. O conhecimento de si mesmo também tem grande peso. Hoje, fala-se muito em pensar fora da caixa.
3. CONCEITO
Mente. Não existe uma definição da mente aceite por todos. Contudo, a maioria associará a mente aos processos de percepção, pensamento, recordação e comportamento inteligente.
Mente rígida. É uma mente petrificada, dura, que resiste a mudanças, embora a evidência e os fatos demonstrem o erro.
Autocrítica. Examinar as próprias crenças, valores e comportamentos e descobrir, se houver, o inútil, o absurdo ou o perigoso na nossa maneira de pensar. Nada de preconceitos: só ouvir ativamente.
4. MENTE RÍGIDA
4.1. RESISTÊNCIA A MUDANÇAS
A característica básica das pessoas rígidas é a resistência a mudar comportamentos, crenças ou opiniões, embora os fatos observados demonstrem que estão erradas. As mentes fechadas, excessivamente ancoradas ao passado, atrapalham o progresso da sociedade em que vivem.
4.2. O PROBLEMA DA APATIA
Apatia tem relação com as mentes líquidas. Líquida: que escapa, que derrama, que toma a forma do recipiente que a contém ou permanece indefinida e inconsciente. Vazia de toda ideia, a mente líquida flerta com o niilismo, não fixa posições nem se compromete.
4.3. PRECONCEITO
Preconceito é um conceito formado antecipadamente. São distorções da mente. Nesse caso, as mentes rígidas são petrificadas, ou seja, depois de formada uma opinião não há quem faça essa pessoa mudar de ideia.
O jurista e filósofo Norberto Bobbio dizia: "Quem estiver livre de preconceitos que atire a primeira pedra".
No filme "A lista de Schlinder", uma prisioneira do campo de concentração chama a atenção do coronel alemão de plantão sobre um erro que está sendo cometido numa construção. O nazista pergunta como sabe tanto sobre o tema e ela responde que é engenheira. O coronel agradece a ajuda e imediatamente manda matá-la. E acrescenta: "Não podemos deixar que eles tenham razão; é melhor eliminar os inteligentes... Mas façamos o que ela sugeriu".
5. MENTE FLEXÍVEL
5.1. HABILIDADE OU VIRTUDE?
Enquanto a mente rígida está petrificada e fechada à mudança e a mente líquida é gasosa, a mente flexível tem um corpo modificável. Pode-se dizer que é uma virtude, muito mais que habilidade, em que define um modo de vida e permite resistir às pressões do meio.
5.2. EXCEÇÃO À REGRA
As regras existem para facilitar as operações. A perseverança requer um limite para que não se torne fanatismo. Nem tudo que é legal é ético e nem tudo que é ético é legal.
Guarda de um banco de jardim. Fazia 31 anos que um oficial tinha mandado montar guarda junto ao banco, que estava recém-pintado, para que ninguém tivesse a ideia de sentar sobre a tinta fresca.
5.3. CAMINHO DO MEIO
Para o Budismo, uma explicação do nirvana (perfeita iluminação), um estado no qual fica claro que todas as dualidades aparentes no mundo são ilusórias. Diz-se também do processo dinâmico de observação e autoavaliação permanente. É a prática de não-extremismo: um caminho de moderação e distância entre a autoindulgência e a morte.
6. AUTOCRÍTICA
6.1. ESPÍRITO CRÍTICO E ESPÍRITO DE CRÍTICA
O espírito crítico distingue-se do espírito de crítica. No primeiro, procura-se a verdade de forma amadurecida, ou seja, estimula-se o progresso mental, pela ponderação de razões e discussão de motivos. No segundo, desenvolve-se o espírito de contradição, não no sentido positivo, mas no sentido de que, uma vez estabelecida a inquietação pessoal, passa-se à inquietação de muitos. Há que se evitar a crítica contumaz e leviana.
6.2. SENSO CRÍTICO
A filosofia ajuda-nos a desenvolver o senso crítico, que implica a superação das concepções ingênuas e superficiais sobre os homens, a sociedade e a natureza; concepções essas forjadas pela “ideologia” social dominante. O resultado é a ampliação da consciência reflexiva.
6.3. CONHECIMENTO DE SI MESMO
Sócrates, na antiguidade, falou-nos do conhecimento de si mesmo, que é nada mais é do que autoconsciência de nada saber. As questões 919 e 919A de O Livro dos Espíritos auxiliam-nos a praticá-la. Santo Agostinho sugere que todas as noites devíamos revisar o dia para ver como fomos em pensamentos, palavras e atos.
7. CONCLUSÃO
Façamos uma reflexão sobre o nosso modo de pensar e busquemos aqueles pensamentos retrógrados, obsoletos que insistem em permanecer no fundo do nosso ser.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
RISO, Walter. A Arte de Ser Flexível: de uma mente rígida a uma mente livre e aberta à mudança. Tradução de Marcelo Barbão. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018.
São Paulo, fevereiro de 2019.
Copyright © 2010 por Sérgio Biagi Gregório
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