Útil e Inútil

SUMÁRIO: 1. 1. Conceito de Útil. 2. O Conceito de Inútil. 3. Caráter de Útil. 4. Caráter de Inútil. 5. Bem-Estar e Felicidade. 6. A Criança e o Artista. 7. Progresso e Espiritismo. 8. Progresso Moral e Utilidade. 9. O Meio-Termo. 10. Bibliografia Consultada. 11. Texto Sintético. 12. Questões. 13. Temas para Debate.

1. CONCEITO DE ÚTIL

“Útil” significa tudo aquilo que tem um fim noutro e não em si mesmo. Um lápis é útil, porque o seu fim é escrever. O “útil” é sempre instrumento, sempre meio, é intermediário, e vale por tudo aquilo a que se dirige: não vale por si.

2. CONCEITO DE INÚTIL

“Inútil” significa o que não tem um fim noutro. Ora, aqui está todo o problema - “o que não tem um fim noutro” pode ser entendido de duas formas:

1ª) “não tem um fim noutro” porque não possui finalidade alguma;

2ª) ou, então, “não tem fim noutro” porque possui um fim em si mesmo (1).

3. CARÁTER DE ÚTIL

O caráter de útil se prende à idéia de criação, de uma criação renovada, de um mudar constante, de um dirigir-se sempre na escalada do progresso.

O fim torna-se meio, porque produzimos por produzir sem saber para que fim.

A angústia surge, porque a idéia de produzir perdeu o sentido ao não se saber o que produzir (1).

4. CARÁTER DE INÚTIL

Em se tratando do fim em si mesmo, “inútil” caracteriza-se pela perfeição e pela liberdade.

A existência lúdica, a estética e a especulação intelectual desinteressada chegam a ser uma necessidade, visto serem um desligamento dos aspectos práticos da vida. A contemplação de um quadro, de uma música pode levar-nos ao êxtase (1).

5. BEM-ESTAR E FELICIDADE

Bem-estar favorece o progresso técnico, portanto a melhoria das condições materiais de nossa existência. A felicidade prende-se às conquistas imperecíveis do Espírito (2).

6. A CRIANÇA E O ARTISTA

A fase da criança é útil ou inútil? A criança joga, pula, corre. Ela não pergunta “para que”, mas sim “o que”.

Esse mundo da criança prolonga-se na existência dos artistas. Estes últimos querem revelar sempre uma função nova das coisas (1).

7. PROGRESSO E ESPIRITISMO

De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso? Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade.

O Espiritismo faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. Destrói, também, os preconceitos de seita, de casta e de cor, ensinando aos homens a grande solidariedade que os deve unir como irmãos (2).

8. PROGRESSO MORAL E UTILIDADE

O progresso moral e religioso não tem conotação de utilidade. Mas, bem entendido, leva ao aperfeiçoamento da criatura. Se há povos intelectuais que são maus, é porque o desenvolvimento espiritual e moral está por realizar-se.

9. O MEIO-TERMO

Depreende-se do estudo que temos de encontrar o meio-termo entre o útil e o inútil. Sabermos usar a máquina em benefício de nosso desenvolvimento espiritual. Dificuldade não implica necessariamente em impossibilidade. Atendamos ao “eu” superficial, mas não nos descuidemos do “eu” espiritual.

10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

(1) MENDONÇA, E. P. de.  O Mundo Precisa de Filosofia.

(2) KARDEC, A.  O Livro dos Espíritos.

São Paulo, dezembro de 1996.

11. TEXTO SINTÉTICO

O "útil" caracteriza-se pela intermediação,  vale por tudo aquilo a que se dirige, não  por si mesmo. A criação e a renovação constante são seus atributos. Constroem-se máquinas e equipamentos  com a finalidade de aumentar  produção e produtividade. O produzir por produzir gera angústia, pois não se divisa o "para que" produzir.

O "inútil", em se tratando de um fim em si mesmo, caracteriza-se pela perfeição e pela liberdade. Nesse sentido, a existência lúdica, a estética e a  especulação  intelectual desinteressada tornam-se uma necessidade, porque  distanciam-nos dos aspectos práticos da vida. A contemplação de uma boa  música ou de uma obra de arte pode levar-nos ao êxtase.

 O útil relaciona-se ao progresso material; o inútil, ao progresso moral. Como podemos vê-los sob a ótica espírita?  Allan Kardec, ao tratar da Lei do Progresso, diz-nos que os povos  não podem ficar eternamente no estado natural. Afirma-nos, ainda, que conforme as civilizações tornam-se complexas, o homem tem de descobrir novos  meios  de produção, a fim de atender às suas necessidades, que também se ampliam. Portanto, o útil,  em si mesmo, não é fator negativo.

Por outro lado,  esclarece-nos  que  devemos dosar progresso técnico e progresso moral. É difícil os dois caminharem juntos. O progresso material vem à frente, para  desenvolver a inteligência.  Esta, depois, terá condições de escolher  entre  o bem e o mal. Optando pelo bem, sabe-se o que se produz e para que finalidade. O produzir por produzir deixa de existir.

A  Mente, refletida pelos postulados  espíritas, cria condições de conduzir nossas ações para o meio-termo. Possuamos a máquina, mas não nos deixemos possuir por ela.

12. QUESTÕES

1) Qual o conceito de “útil”?

2) Qual o conceito de “inútil”?

3) Qual o caráter de “útil”?

4) Qual o caráter de “inútil”?

5) O que se entende por bem-estar?

6) Relacione bem-estar e felicidade.

13. TEMAS PARA DEBATE

1) O “inútil” pode ser mais útil que o “útil”?

2) Bem-estar é sinônimo de felicidade?

3) Aprender o Espiritismo é útil ou inútil?

4) Criança, artista e utilidade. Comente.

Copyright © 2010 por Sérgio Biagi Gregório
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