SUMÁRIO: 1. Divisão da Filosofia. 2. O Conhecimento. 3. Espírito e Corpo. 4. Percepção Objetiva e Subjetiva. 5. O Processo Gnoseológico. 6. Humanidade Cósmica. 7. Bibliografia Consultada. 8. Texto Sintético. 9. Questões. 10. Temas para Debate.
1. DIVISÃO DA FILOSOFIA
Como ciência que estuda as leis mais gerais do ser, do conhecimento e da ação, podemos distinguir na filosofia três partes fundamentais:
1ª) Ontologia ou teoria do ser: estuda a origem, a essência e a causa primeira do cosmos, da vida e do pensamento; e a relação entre o ser e o pensamento;
2ª) Gnosiologia ou teoria do conhecimento: estuda a origem e a validade do conhecimento;
3ª) Axiologia ou teoria dos valores: estuda a origem, a essência e a evolução dos valores existenciais e indica os princípios da ação (1).
2. O CONHECIMENTO
Diante da pergunta como conhecemos, a tradição filosófica mostra duas posições clássicas: a platônica ou socrático-platônica, que envolve a questão da reminiscência, das idéias inatas, e a sofística ou empírica que se refere apenas aos nossos sentidos.
Surge a contradição: 1ª) “conhecemos pelo espírito”; 2ª) “conhecemos pelos sentidos”.
O primeiro a dar uma resposta conciliatória, ao que nos parece, foi Aristóteles, com sua teoria dos dois espíritos do homem: o formativo e o receptivo.
Essa dualidade é resolvida pela Filosofia Espírita (2).
3. ESPÍRITO E CORPO
Para a Filosofia Espírita, portanto, a dualidade de espíritos da teoria aristotélica não existe. O homem é essencialmente um espírito.
O Espírito é a substância do homem e o corpo seu acidente.
A percepção é uma faculdade do espírito e não do corpo. É o escafandrista que vê através dos vidros do escafandro e não este que vê pelos seus vidros.
Veja-se o ensaio teórico sobre as sensações dos espíritos, em O Livro dos Espíritos. O Espírito não percebe através dos órgãos, não vê pelos olhos nem ouve pelos ouvidos. Vê e ouve por todo o seu ser (2).
4. PERCEPÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA
Há a percepção objetiva que estabelece a relação sujeito-objeto, e a percepção subjetiva, que faz do sujeito o seu próprio objeto.
Isso quer dizer, em termos epistemológicos (na teoria das ciências) que há Ciência e há Filosofia.
A Ciência investiga os objetos exteriores, a Filosofia investiga a si mesma, é o pensamento debruçado sobre si mesmo.
Hoje, temos o mundo dividido em duas partes: numa, se desenvolve o pensamento materialista como ideologia oficial dos Estados; noutra, o pensamento espiritualista na mesma posição (2).
A Filosofia Espírita se coloca entre ambas e nos oferece a síntese, mostrando o equívoco desse divisionismo artificial e anunciando o advento global da realidade.
5. O PROCESSO GNOSEOLÓGICO
A lei dos três estados da evolução gnoseológica segundo Auguste Comte são:
1º) o estado teológico em que tudo se explica pela intervenção dos deuses;
2º) o estado metafísico das explicações abstratas (o ópio faz dormir porque tem a virtude dormitiva);
3º) o estado positivo em que predominam as Ciências.
Kardec acrescentou a essa teoria, por sugestão de um leitor da “Revista Espírita”, o estado psicológico iniciado pelo Espiritismo (2).
6. HUMANIDADE CÓSMICA
A Teoria Espírita do Conhecimento amplia a nossa visão.
Não pensamos mais em termos geocêntricos, organocêntricos ou antropocêntricos e, por isso mesmo, não vivemos mais apegados a temores e superstições.
O Espiritismo nos confere a emancipação espiritual de cidadãos do Cosmos (2).
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
(1) BAZARIAN, J. O Problema da Verdade.
(2) PIRES, J. H. Introdução à Filosofia Espírita.
São Paulo, dezembro de 1996.
8. TEXTO SINTÉTICO
A Filosofia, depois que se desprendeu do tronco geral do conhecimento ficou, na atualidade, dividida em três partes fundamentais: a Ontologia ou teoria do ser, a Gnosiologia ou teoria do conhecimento e a Axiologia ou teoria dos valores. A teoria do conhecimento, objeto de nossa atenção, procura estudar a origem e a validade do conhecimento, inclusive distinguindo a verdade e o erro.
O conhecimento é a relação que existe entre o “observador” e a “coisa observada”. A realidade é o que é. Ela não é falsa nem verdadeira. Verdadeiros ou falsos são os nossos juízos acerca da mesma. Se a imagem que fazemos de um objeto coincide com o que ele é, estamos de posse da verdade; se, ao contrário, houve um viés, estamos em erro. Assim sendo, é muito mais importante a imagem que fazemos do objeto do que ele próprio.
Como é que o conhecedor conhece? Conhece pelo Espírito? Ou conhece pelo sentido? Embora Aristóteles tenha dado sua contribuição a essa contradição, quando elaborou a teoria dos dois espíritos do homem - formativo e receptivo - , ainda persiste muitas dúvidas. Para os materialistas, conhecemos pelos sentidos; para os idealistas, conhecemos pelo espírito.
Para o Espiritismo essa dualidade de Espírito e Matéria não existe. O homem é essencialmente um Espírito. Nesse sentido, o Espírito é a substância do homem e o corpo seu acidente. A percepção é uma faculdade do Espírito e não do corpo físico. O Espírito não percebe através dos órgãos, não vê pelos olhos nem ouve pelos ouvidos. Vê e ouve por todo o seu ser.
Como vemos há a percepção objetiva que estabelece a relação sujeito-objeto, e a percepção subjetiva, que faz do sujeito o seu próprio objeto. Isto quer dizer que há ciência e filosofia. Não há, assim, uma separação total entre ciência e Filosofia. É justamente esse viés do pensamento que divide o mundo em duas partes: numa o pensamento materialista como ideologia oficial dos Estados; noutra o pensamento espiritualista na mesma posição. A Filosofia Espírita coloca-se entre ambas e oferece-nos a síntese, no sentido de compreender a realidade como um todo.
A convicção de que somos um todo formado por Espírito, Perispírito e Corpo Físico, auxilia-nos sobremaneira na construção dos conhecimentos verdadeiros que nem a traça e nem a ferrugem desgastam.
9. QUESTÕES
1) Quais as duas posições clássicas diante da pergunta como conhecemos?
2) Como o Espiritismo responde à pergunta como conhecemos?
3) O que é a Filosofia Espírita?
4) Quais são os estados da evolução gnoseológica?
10. TEMAS PARA DEBATE
1) O Espírito vê e ouve por todo o seu ser?
2) Percepção objetiva, percepção subjetiva e Espiritismo. Comente
3) O Espiritismo nos confere a emancipação espiritual de cidadãos do cosmos?
Copyright © 2010 por Sérgio Biagi Gregório
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