SUMÁRIO:
1. Introdução. 2. Dados Pessoais. 3. Considerações Iniciais. 4.
Obras de Nietzsche. 5. Afirmação da Vida. 6. Niilismo. 7. Espírito
Trágico. 8. A Deusa Razão. 9. A Morte de Deus e Mentalidade
Científico-Tecnológica. 10. Zaratustra. 11. Para Além de Bem e Mal.
12. Tempo. 13. Bibliografia
Consultada.
1. INTRODUÇÃO
Quem foi Nietzsche? Que legado filosófico nos deixou? Em que
época viveu? Quais são as suas principais obras?
2. DADOS PESSOAIS
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900).
Ilustre filósofo alemão, nascido em Rocken, nas proximidades de Leipzig. Filho
de um pastor luterano que morreu louco quatro anos depois, e viveu sua infância
com a mãe, a irmã, a avó e duas tias solteiras.
Foi professor de Filosofia clássica, em Basileia. Em 1858 entrou para um
internato e, apesar de sua saúde frágil, continuou a estudar teologia e
filologia clássica na Universidade de Bonn, mudando-se depois para Leipzig, onde
foi influenciado por Kant, Schopenhauer e pelo compositor Richard Wagner.
3. CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
O século XIX, que começa
com as grandes construções sistemáticas do idealismo alemão, termina com
Nietzsche, um filósofo para quem a vida está acima de qualquer conceitualização
metafísica ou científica e que, por isso opõe-se a qualquer tentativa de
explicação filosófica. Partindo de Schopenhauer, embora se distanciando dele
mais tarde, Nietzsche proclama a ruptura de todos os valores tradicionais por
considerá-los contrários à vida, e sustenta que o novo homem do futuro será o
homem da “vontade de poder”, pois por meio dela concederá um “sim” incondicional
à vida, apesar da angústia e da dor que o devir lhe proporciona. (1)
4. OBRAS DE NIETZSCHE
As publicações de Nietzsche,
grande parte em forma de aforismos, são inúmeras: O
Nascimento da Tragédia (1872); Considerações
Extemporâneas (1873-1876);Humano,
Demasiado Humano (1878-1879); Aurora (1881); A
Gaia Ciência (1882-1886); Assim
Falou Zaratustra (1882-1885); Para Além do
Bem e do Mal (1886);Para a
Genealogia da Moral (1887); O
Caso Wagner, O Crepúsculo dos
Ídolos, O Antricristo, Ecce Homo (1888).
5. AFIRMAÇÃO DA VIDA
Para Nietzsche, os indivíduos não valorizam a vida presente.
Como não podem suportá-la, inventam um transmundo em que se encontra todo
o sentido de que essa vida parece carecer. Esta é a doença da civilização
ocidental. Em vista disso, Nietzsche se impõe um duplo objetivo: a) demolir
valores que negam a vida; b) essa operação niilista, de demolição, persegue uma
“transvalorização” dos valores. Uma troca entre velhos valores e os novos cujo
objetivo deve ser o de afirmar incondicionalmente a vida. (1)
A idéia fundamental de Nietzsche é a
reconstrução da história da filosofia, não pela simples reconstrução, mas para
extrair dela os elementos necessários para a sua análise filosófica. O que ele
realmente quer é combater Platão ou o platonismo. As suas conclusões não são
nada animadoras: acha que o mundo caminha para o niilismo - descrença no valor
de todos os valores, de todas as crenças e da própria existência humana - em que
se chega a um verdadeiro tédio. A sua intenção é derrotar este status
quo.
6. NIILISMO
Niilismo é uma atitude de negação da vida. Os dois momentos
mais significativos são o platonismo e o cristianismo. No platonismo, ele
critica o grande erro de Platão, que foi o de criar um mundo das ideias, o mundo
perfeito. Isso faz com que os indivíduos desprezem o mundo sensível o nosso
mundo. Quanto ao cristianismo, o niilismo está na diferença entre o Ser Perfeito
e a criatura limitada e imperfeita, manifesta-se o mesmo desprezo pela vida.
7. ESPÍRITO TRÁGICO
Para ele, a teoria das formas de Platão, o
racionalismo de Descartes e o pessimismo de Schopenhaeur são os elementos de sua
história. Quer derrotá-los, quer repensar a harmonia dos helenos, que viveram
antes de Sócrates, e cultuar o otimismo. Na harmonia dos helenos, há a
contraposição de duas forças: 1) apolínea (formas);
2) dionisíaca (volição). A força apolínea diz respeito à razão; a dionisíaca, à
arte, ao sentimento. Sua intenção é derrotar o mundo dominado pela razão, pois
esta nos tornou tediosos.
8. A DEUSA RAZÃO
Em suas análises filosóficas,
critica a deusa razão, enaltecida pelos seus antecessores, especialmente
Descartes com o seu "penso, logo existo". Para ele, a razão tem a sua utilidade,
pois precisamos calcular, prever, fazer contas e nos relacionarmos em sociedade.
A comunicação do pensamento exige uma linguagem, de preferência lógica e bem
estruturada. Assim, a razão é apenas um processo, uma "faculdade" do homem, uma
hipóstase: o que era mero instrumento transforma-se, com o auxilio da linguagem,
em critério.
9. A MORTE DE DEUS E MENTALIDADE CIENTÍFICO-TECNOLÓGICA
A morte de Deus, apregoada por Nietzsche, não foi
devidamente entendida, porque ela se confunde com a mentalidade
científico-tecnológica, baseada no empirismo, no positivismo, na ideologia
da secularização e no cientificismo. Na concepção de Nietzsche, a morte de Deus
está atrelada à noção de valores.
Observando a cultura ocidental, percebeu que Deus simbolizava
uma série de valores que mais representavam as relações vividas entre o homem e
o seu mundo. Deus, na realidade, era uma maneira simples de se referir à negação
da história, da liberdade, do futuro e da própria vida. A sua proclamação da
morte de Deus tinha por objetivo chamar a atenção dos indivíduos quanto à
distância (destes) para com os valores mais nobres da dignidade humana.
Zoroastro (660-580 a.C.) é o
suposto autor do Zend-Avesta, livro sagrado do mazdeísmo, cujo dogma essencial é
o dualismo de dois deuses em luta: o da luz e o das trevas. O Zaratustra (ou
Zoroastro) de Nietzsche é a antítese do Zoroastro histórico, pois as suas teses
têm uma mensagem não-dualista. De posse desse princípio, adquirido em seus 10
anos de reclusão no topo de uma montanha, critica todo o tipo de ideia –
religiosa, científica e filosófica –, que se fundamenta numa acepção dualista.
A meta a atingir é o
super-homem. O super-homem é a linha de chegada do último homem, completamente
reconstruído, em que a razão e a crença no além-túmulo estão superadas. É um
homem que vive o "aqui e o agora", não se importando com o que há de vir, porque
a conquista da sua felicidade se resume em aproveitar o dia que passa. Pode-se
dizer que o super-homem já superou todas as etapas que o crescimento espiritual
requer. Enfim, ele soube vencer toda a sorte de preconceitos e ideias dualistas
que lhe foram passadas ao longo do tempo.
Para que o homem se torne um
super-homem, ele necessita da vontade de potência. A vontade de potência é
intenção profunda de um sair de uma potência; o que esse ser ou essa potência
quer; é a vontade de superar a si mesmo; transcender. Nesse sentido, todo ser
humano é vontade de potência, pois está sempre querendo ou negando alguma coisa.
(2)
11. PARA ALÉM DE BEM E MAL
Em sua obra Para Além de Bem e Mal (1886)
procura vislumbrar novas referências do valor, depois do anúncio da morte de
Deus. Assim, critica impiedosamente os valores vigentes nos vários campos do
saber, incluindo religião, moral e política.
Seu objetivo principal é a transvaloração de todos os
valores. Nesse caso, denuncia as falácias do dogmatismo nos terrenos da
filosofia e da ciência. É um diálogo crítico com a tradição. Para ele, o pior e
mais perigoso de todos os erros foi um erro de dogmáticos: a invenção por Platão
do espírito puro e do Bem em si.
Acha que a ênfase na invenção platônica do espírito puro e do
Bem em si desvalorizou tudo o que é subjetivo. O subjetivo passou, assim, a ser
o oposto da verdade, ou seja, o erro, o engano, a ilusão.
Ele escreve: “O problema do valor da verdade se colocou
diante de nós – ou fomos nós que nos colocamos diante do problema? Quem de nós
é, aqui, Édipo? Quem é a esfinge?” (3)
12. TEMPO
Nietzsche diz
que viver é como se tudo tivesse que retornar. Se o homem contemporâneo fosse
capaz de voltar à mentalidade arcaica pré-cristã e anular o sentido de
linearidade do tempo, teria dado o maior passo em direção à grande via da
mutação para o Super-Homem. Para ele, a perda do sentido linear e irreversível
do tempo comportaria uma revolução na psicologia humana. Acrescenta que o homem
ordinário foge assustado da ideia do eterno retorno. O Super-Homem aceita-a com
alegria. (4)
13. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
(1) Temática Barsa – Filosofia.
(2)
HÉBER-SUFFRIN, Pierre. O
"Zaratustra" de Nietzsche. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar,
2003.
(3) GIACOIA JUNIOR, Oswaldo. Nietzsche
& Para Além de Bem e Mal. 2.ª ed., Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
(4) NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade
Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005. São Paulo,
julho de 2013."Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar."
Friedrich Wilhelm Nietzsche
10. ZARATUSTRA
Copyright © 2010 por Sérgio Biagi Gregório
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