SUMÁRIO: 1. Biografia Sucinta de Kant. 2. Biografia Sucinta de Hegel. 3. A Filosofia de Kant 4. A Filosofia de Hegel. 5. Kant e Hegel à Luz da Doutrina Espírita. 6. Bibliografia Consultada. 7. Texto Sintético. 8. Questões. 9. Temas para Discussão.
Immanuel Kant, filho de modesta família, nasceu em Konigsberg, em 1724 e morreu em 1804, nessa mesma cidade.
Estudou na Universidade de Konigsberg, onde foi professor particular, tendo depois participado de atividades universitárias e, em 1770, foi nomeado professor de Lógica e Matemática.
Sete anos antes de sua morte, abandonou a cátedra em razão de sua debilidade física.
A Crítica da Razão Pura (1781) e a Crítica da Razão Prática (1788) sintetizam o pensamento renovador de Kant e a essência da sua filosofia (1).
Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em Stuttgart, em 1770 e faleceu em 1831.
São características de seu caráter a serenidade, o pensar lento, mas firme e tenaz unidos à profundidade do sentimento.
Faltava-lhe todo o ímpeto, toda a genialidade, toda a inclinação para manifestar o subjetivo. Sua natureza era fria e objetiva, e vai se desdobrando lentamente em um trabalho sereno e amplo (1).
“A missão da filosofia que há de suceder a Leibniz, a filosofia de Kant, vai consistir em dar plena terminação e remate ao movimento iniciado pela atitude idealista”.
Os tópicos estudados por Kant podem ser enumerados: Conhecimento Transcendental, Razão Pura, Juízos Analíticos e Sintéticos, Noções de Espaço e Tempo, Metafísica etc.
Mais detalhes poderão ser encontrados em Fundamentos da Filosofia, de Garcia Morente e em Noções de História da Filosofia, de Manoel São Marcos.
Ficou conhecido pela lei da Dialética. O ponto de partida é o Ser, indeterminado, absoluto, pura potencialidade - Tese. Mas é um conceito vazio de realidade e, por isso, identifica-se ao não-ser-antítese. Necessita sair dessa contradição e se atualiza no devir - Síntese.
Os tópicos da sua filosofia são: Problema do Panteísmo, Fenomenologia, Lógica, Dialética, Filosofia da Natureza, Teoria do Espírito Subjetivo e Objetivo, Moralidade e Ética (1).
A tradição filosófica é o terreno vasto e profundo em que podemos descobrir as raízes da Filosofia Espírita.
No mundo moderno podemos lembrar as figuras de Kant e Hegel.
Kant pela teoria do númeno e do fenômeno e sua crítica da razão pura (correspondentes à teoria espírita da alma e matéria e a crítica da fé em Kardec).
Hegel com a sua dialética da idéia (evolução do princípio inteligente através da matéria) (2).
6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
(1) SÃO MARCOS, M. P. Noções de História da Filosofia.
(2) PIRES, J. H. Introdução à Filosofia Espírita.
São Paulo, dezembro de 1996.
7. TEXTO SINTÉTICO
O horizonte histórico vivenciado por Kant é marcado pela independência americana e a Revolução Francesa. Sua filosofia está na confluência do racionalismo, do empirismo inglês (Hume) e da ciência físico-matemática de Newton. À Hegel, acrescentam-se o idealismo e criticismo kantiano.
A base da filosofia de Kant (1724-1804) está na teoria do conhecimento. Deseja saber, mas sem erro. Para tanto, elabora-a na relação entre os juízos sintéticos “a priori” e os juízos sintéticos “a posteriori”. Aos primeiros, chama-os puros, que caberia à matemática desvendá-los; aos segundos, de fenômenos, influenciados pela percepção sensorial. Nesse sentido, o idealismo e o criticismo kantiano nada mais são do que seus próprios esforços para aproximar o fenômeno à “coisa em si”.
O ponto central da filosofia de Hegel (1770-1831) encontra-se na dialética da idéia. Herda, para a construção de sua teoria, os pensamentos de Heráclito, Aristóteles, Descartes, Kant, Espinosa, Fichte e Schelling. Parte da Tese - Ser, pura potencialidade, o qual deve se manifestar na realidade através da Antítese - Não-Ser. Na contradição entre tese e antítese surge a Síntese - Vir-a-Ser. Esse raciocínio é aplicado tanto à aquisição de conhecimento quanto à explicação dos processos históricos e políticos.
Os juízos “a priori”, os juízos “a posteriori” e a crítica da razão pura, em Kant eqüivalem, respectivamente, à noção de alma, de matéria e a crítica da fé, em Kardec. Kant, para demonstrar a relação entre “a coisa em si” e o fenômeno, comete o pecado de não submeter à razão a metafísica. Com isso separa a matéria do espírito. Kardec, instruído pelos Espíritos, não divide a realidade em duas partes. Ao contrário, esclarece-nos que as leis naturais, físicas, psíquicas, morais ou metafísicas são todas leis de Deus e formam o conteúdo monista do Universo.
A dialética da idéia de Hegel pode ser comparada à evolução do princípio espiritual através da matéria, em Kardec. De acordo com Hegel, o espírito evolui, passando por sucessivas sínteses, tal qual o desenvolvimento de uma planta: semente, botão, fruto, novamente semente, ... De acordo com Kardec, os Espíritos são criados simples e ignorantes e, em cada reino da natureza, vão potencializando virtudes, até atingirem o estado de Espíritos puros, quando, então, não terão necessidade de reencarnar novamente.
Uma reflexão sobre Kant e Hegel é sumamente valiosa. Contudo, convém não nos esquecermos de que vão até certo limite. A partir daí, o Espiritismo caminha sozinho, principalmente, quando trata da mediunidade e da natureza espiritual.
8. QUESTÕES
1) Descreva sucintamente a vida de Kant.
2) Descreva sucintamente a vida de Hegel.
3) Qual a Missão da filosofia de Kant?
4) Qual a base da filosofia de Hegel?
5) Qual a base da filosofia de Kant?
9. TEMAS PARA DEBATE
1) “Juízos a priori” e “juízos a posteriori”.
2) Dialética da idéia.
3) Kant, Hegel e o Espiritismo.
Copyright © 2010 por Sérgio Biagi Gregório
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