Hegel, Georg Wilhelm Friedrich

"O que é racional é real, e o que é real é racional."
A filosofia do direito

Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Dados Pessoais. 3. Considerações Iniciais. 4. Pensar o Absoluto. 5. A Ideia. 6. Consciência e Autoconsciência. 7. A Dialética da Ideia. 8. Real e Racional. 9. Algumas de suas Obras. 10. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

Quem foi Hegel? Que legado filosófico nos deixou? Qual a relação entre real e racional? Quais são as suas principais obras?

2. DADOS PESSOAIS

Hegel, Georg Wilhelm Friedrich. Nasceu em Stuttgart, em 1770 e faleceu em 1831. São características de seu caráter a serenidade, o pensar lento, mas firme e tenaz unidos à profundidade do sentimento. Faltava-lhe todo o ímpeto, toda a genialidade, toda a inclinação para manifestar o subjetivo. Sua natureza era fria e objetiva, e vai se desdobrando lentamente em um trabalho sereno e amplo.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O idealismo absoluto é o pano de fundo da filosofia de Hegel. Ele já fora ventilado por outros filósofos, entre eles Schelling, mas somente com Hegel atinge a sua maturidade.

A filosofia hegeliana é fruto de um passado histórico que começa com os gregos.

É uma vasta síntese em que um filósofo consegue materializar o sonho do saber absoluto.

4. PENSAR O ABSOLUTO

Em suas críticas a Kant, Hegel destaca a necessidade de conhecer o absoluto. Ele diz: "A essência oculta do Universo não tem em si força alguma que possa oferecer resistência à ousadia do saber". Por isso, "tem de se abrir diante dele, colocando-lhe diante de sua visão, para que as desfrute, suas riquezas e profundidade".

Contrariando os postulados kantianos, que pressupunham uma cisão entre o conhecimento a priori e o a posteriori, diz que nada existe além do pensamento. O ser é o que pode ser pensado. O conhecimento, portanto, não é mero conhecimento fenomênico, mas conhecimento total. 

Para Hegel, há uma identidade entre sujeito e objeto: "O absoluto é sujeito". Se, em termos religiosos, o absoluto é Deus, e segundo Descartes, a substância perfeita e independente, que não necessita de nenhuma outra para existir, em Hegel, pode e deve ser conhecido. (Temática Barsa)

5. A IDEIA

Hegel parte da Ideia (como o Absoluto). Assemelha-se à tese platônica da Ideia pura e perfeita. Há, no entanto, uma diferença de abordagem: para Platão, a Ideia é imutável e transcendente; para Hegel, ela é imanente e demonstra sua existência justamente porque sai de si mesma e se desdobra num movimento pelo qual primeiro se converte em natureza (objeto) e depois em espírito (sujeito) - no início, há uma identidade indiferenciada entre sujeito e objeto.

Para Descartes e Spinoza a unidade indiferenciada chamava-se substância absoluta (em termos religiosos: Deus). Para Hegel, a unidade indiferenciada se divide, entra em movimento, cindindo-se na dupla polaridade de sujeito e objeto. (Temática Barsa)

6. CONSCIÊNCIA E AUTOCONSCIÊNCIA

"Na fenomenologia de Hegel, são analisadas todas as formas do saber humano, partindo das formas mais imediatas, que são aquelas que ocorrem na consciência sensível. Essa, num primeiro momento, relaciona-se simplesmente com o "objeto como objeto", mas passa depois por uma série de experiências ou "figuras" que fazem com que ela, mesma se coloque como objeto de seu conhecimento; já se trata então de uma autoconsciência (não apenas sabe, mas além disso sabe que sabe)". (Temática Barsa)

7. A DIALÉTICA DA IDEIA

O ponto central da filosofia de Hegel (1770-1831) encontra-se na dialética da ideia. Herda, para a construção de sua teoria, os pensamentos de Heráclito, Aristóteles, Descartes, Kant, Espinosa, Fichte e Schelling. Parte da Tese – Ser, pura potencialidade, o qual deve se manifestar na realidade através da Antítese – Não Ser. Na contradição entre tese e antítese surge a Síntese – Vir-a-Ser. Esse raciocínio é aplicado tanto à aquisição de conhecimento quanto à explicação dos processos históricos e políticos.

8. REAL E RACIONAL

Para Hegel, o real é racional e o racional é real. Na primeira parte do aforismo, Hegel afirma que "o mundo não é um amontoado caótico de substâncias, mas o desdobramento progressivo de uma espiritualidade racional (chamada respectivamente de Absoluto, Espírito, Ideia, Razão, Deus), que se exprime inconscientemente na natureza e conscientemente no homem". Na segunda parte, segundo a qual a racionalidade coincide com a realidade, indica que a "razão não exprime uma abstração, um dever-ser ideal ou utópico, mas a estrutura profunda do mundo real". (Nicola, 2005)

9. ALGUMAS DE SUAS OBRAS

"No livro A fenomenologia do espírito, Hegel esboça o desenvolvimento da mente, da consciência mais básica, passando pela autoconsciência e pela razão, até chegar à consciência pura do espírito, que é o conhecimento absoluto. Em A ciência da lógica, ele explica como os conceitos de realidade são revelados por meio do raciocínio dialético: propor uma tese, considerar o seu oposto ou sua antítese e, a partir do conflito entre os dois, nasce uma síntese. Essa é a forma como o raciocínio humano evolui, e não é apenas a lógica que segue esse caminho; a história também se move de modo similar em direção ao Absoluto. Na Enciclopédia das ciências filosóficas, Hegel aplica a abordagem dialética a todas as áreas do conhecimento, e na obra A filosofia do direito, expõe sua filosofia política". (Levene, 2013)

10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. 

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.

TEMÁTICA BARSA (Filosofia). Rio de Janeiro, Barsa Planeta, 2005.

São Paulo, maio de 2013.

Copyright © 2010 por Sérgio Biagi Gregório
Blogs e Sites do Autor