SUMÁRIO: 1. Considerações Iniciais. 2. Conceito de Filosofia da Religião. 3. Filosofia da Religião, Teologia e Filosofia Religiosa. 4. Um Tratado Completo de Filosofia da Religião. 5. Conceitos e Problemas a Serem Analisados. 6. Explicitando os Problemas. 7. Algumas Atitudes Filosóficas diante da Religião. 8. O Problema Central: Conceito de Deus. 9. Bibliografia Consultada.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A filosofia pode ser entendida como: reflexão sobre tudo o que se nos oferece ao intelecto; busca compartilhada da verdade; busca do entendimento racional do tipo mais fundamental.
A religião é a ligação com o objeto que a pessoa considera sagrado. Sistema de crenças não testáveis existentes para uma ou mais deidades, e as práticas que acompanham a adoração e os sacrifícios.
Cada ciência estuda a religião de um modo peculiar. A psicologia da religião estuda os modos como as ideias religiosas são adquiridas e mantidas. A sociologia da religião estuda os componentes sociais (coesão e divisão) das crenças religiosas. A história das religiões estuda a sua emergência e influência no campo social e político.
2. CONCEITO DE FILOSOFIA DA RELIGIÃO
Filosofia da religião – por analogia com a filosofia da ciência, filosofia da arte etc. – nada mais é do que a reflexão filosófica sobre a religião.
3. FILOSOFIA DA RELIGIÃO, TEOLOGIA E FILOSOFIA RELIGIOSA
A filosofia da religião difere tanto da teologia quanto da filosofia religiosa. Enquanto a filosofia da religião procura questionar os aspectos religiosos, a filosofia religiosa é substancialmente uma filosofia da salvação, que desde o início se move num terreno religioso e não o abandona em todo o seu trajeto. A teologia, por seu turno, é a formulação sistemática das crenças religiosas. Se fosse um ramo da teologia, faltar-lhe-ia a liberdade intelectual inerente à pesquisa filosófica. Impedir-lhe-ia de questionar a existência de Deus e os dogmas essenciais da religião em estudo.
4. UM TRATADO COMPLETO DE FILOSOFIA DA RELIGIÃO
Um completo tratado sobre filosofia da religião teria de investigar a natureza da religião e tratar de todos os principais conceitos das diferentes religiões. Como não há uma definição de religião universalmente aceita, ela acaba representando um fato para o psicólogo, outro para o antropólogo e outro ainda para marxista etc. Em decorrência disso, há inúmeras teorias sobre a religião: antropológicas, psicológicas, marxistas etc.
5. CONCEITOS E PROBLEMAS A SEREM ANALISADOS
A filosofia da religião procura analisar criticamente os conceitos de Deus, da adoração, da salvação, da vida eterna etc. Em seus estudos, procura comparar diversas expressões religiosas com o avanço das descobertas científicas. Os principais problemas são: A existência de Deus, sua ligação com esse mundo sensível, o problema do mal, a relação entre moral e religião e as relações entre alma e corpo.
6. EXPLICITANDO OS PROBLEMAS
A existência de Deus. Como demonstrar a sua existência? Como é Deus? O enunciado “Deus existe” implica justificar de Deus juntamente com a natureza de Deus.
Sua ligação com esse mundo sensível. Deus criou o mundo? Ele é transcendente (exterior) ou imanente (interior) ao Universo? Cuida do mundo ou se limita a concebê-lo e colocá-lo em movimento? Controla os homens ou os deixa entregues à sua livre vontade?
O problema do mal. Se Deus é onipotente, porque existe o mal?
A relação entre moral e religião. Será possível uma moral sem religião? Existem princípios morais comuns a todas as religiões?
As relações entre a alma e o corpo. Existe a alma? Ela é imortal? Que função desempenha? Como coexiste com o corpo? Depois da morte, ela voltará a se reunir a ele?
7. ALGUMAS ATITUDES FILOSÓFICAS DIANTE DA RELIGIÃO
Desde a Antiguidade até a Idade Moderna, os filósofos tentaram dar uma resposta à atitude do ser humano diante da religião. Platão, por exemplo, afirmava a ideia do Bem, ou seja, a ideia do Divino como concentração do racional, do bom e do belo. Os estóicos defenderam que o próprio mundo é o Deus racional, submetido à lógica de seu pensamento. Newton fala-nos de um Deus como o arquiteto do Universo. A revolução científica dos séculos XVI e XVII concebe o criador como uma máquina perfeita. Hegel formulou um panteísmo dinâmico em que as três etapas da realidade, ideia, natureza e espírito, poderiam confundir-se com uma divindade não- transcendente do mundo. Nietzsche anunciou a morte de Deus.
A ideia religiosa entra, por fim, em contato com a psicanálise. Freud dizia que a religião era uma neurose obsessiva. Para ele, “Seria muito agradável que Deus existisse, e que houvesse criado o mundo, e que sua providência fosse benevolente. Seria excelente que existisse uma ordem moral no Universo, e que existisse uma vida futura; mas é muito surpreendente que tudo isso coincida com o que todos nós somos obrigados a desejar que exista.”
8. O PROBLEMA CENTRAL: CONCEITO DE DEUS
O problema central do estudo da filosofia da religião funda-se no conceito de Deus. Todos os demais elementos, principalmente na tradição judaico-cristã, dependem deste conceito, que fornecerá o material necessário para um amplo debate em torno do assunto.
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)
HICK, John. Filosofia da Religião. Tradução de Therezinha Alvim Cannabrava. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
TEMÁTICA BARSA - FILOSOFIA. Rio de Janeiro, Barsa Planeta, 2005.
São Paulo, agosto de 2013
Copyright © 2010 por Sérgio Biagi Gregório
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