Espiritualistas e Pesquisadores Espiritualistas

Barret, sir William F. (1844-1925)

Pioneiro da pesquisa psíquica, Barret nasceu na Jamaica e tornou-se professor de física na Dublin University, em 1873. Ele estudou uma série de fenômenos paranormais, incluindo divinação, telepatia e espiritualismo, e acreditava que a telepatia fosse um fato demonstrável. Ele ajudou a fundar, ao lado de Eward Dawson, a Sociedade para a Pesquisa Psíquica (SPR, em inglês) na Grã-Bretanha, e posteriormente tornou-se seu presidente. Barret também contribuiu para a fundação da Sociedade Americana para a Pesquisa Psíquica. No final da vida, ele descartou a teoria de que todos os médiuns espiritualistas eram necessariamente uma fraude. Num documento enviado à SPR, em 1924, ele conclui que existem provas da vida depois da morte e da comunicação com o mundo espiritual. (Drury, 2011)

Besant, dra. Annie (1847-1933)

Teosofista inglesa e reformista social que se tornou presidente da Sociedade Teosófica em 1891. Ao longo da vida, ela se dedicou a movimentos sociais, incluindo a Fabian Society, a Indian Home Rule League e os Boy Scouts. Embora a princípio representasse uma força antes intelectual que espiritual, Besant passou por uma experiência marcante de iluminação ao estabelecer contato com o mahatma tibetano Mestre Moyra e tornou-se sua discípula. Em 1919, ela e Charles Leadbeater começaram a preparar Jiddu Krishnamurti para ser o novo avatar. A Order of the Star in the East foi formada para promover essa causa, mas Krishnamurti acabou por abandonar tudo, renunciando às pretensões espirituais dos tutores. Besant foi uma das líderes do movimento co-maçônico e escritora prolífica. Algumas de suas obras: O Cristianismo Esotérico, O Homem e seus Corpos e O Enigma da Vida. (Drury, 2011)

Blavatsky, Helena Petrovna (1831-1891)

De origem russa, fundadora e líder da Sociedade Teosófica, possuía uma "personalidade carismática, excessiva e brilhante". Foi o mais importante personagem do renascimento do ocultismo na segunda metade do século XIX. Blavatsky foi para os Estados Unidos com a idade de 42 anos, após uma juventude aventurosa, da qual se conhece muito pouco, e numa época em que o espiritismo atingia o seu auge. Em Nova Iorque, tornou-se famosa por seus poderes mediúnicos. Seu espírito-guia chamava-se John King, e ela se referia a ele como seu anjo da guarda.

Após tornar-se bem conhecida, declarou estar em contato com seres espirituais superiores, os "irmãos" ou "mestres", iniciados divinos que se ocupavam do progresso da humanidade, e que viviam em localidades secretas do Tibete. Um desses mestres, ela declarou, escreveu para ela a maior parte de seu livro Ísis sem Véu (1877). Os "mestres", através dela, realizaram coisas miraculosas que provocaram forte impressão nos membros da Sociedade Teosófica, por ela fundada em 1875. Sua obra-prima foi A Doutrina Secreta (1888), onde ela tenta conciliar e unificar as tradições do ocultismo oriental e ocidental, e preencher o fosso criado no Ocidente entre a religião e a ciência. Sua obra influenciou de forma decisiva todo o ocultismo do século XX. (Pellegrini, )

Cayce, Edgar Evans (1877-1945)

Clarividente norte-americano, precursor da canalização, que se comunicava com um reservatório de sabedoria além de sua própria consciência. Em vista disso, afirmava ser capaz de diagnosticar doenças e prever o futuro. Em 1890, quando Cayce era adolescente, e segundo ele mesmo, uma linda mulher lhe apareceu numa visão dizendo que lhe concederia um único desejo. Cayce pediu para ser capaz de ajudar os outros.

Logo depois, Cayce começou a demonstrar um aparente dom para clarividência, assim como acontecera a Davis. Também como Davis, Cayce, o "Profeta Adormecido", como passou a ser chamado, continuou, quando adulto, a utilizar seus poderes para curar doentes. Supostamente, era capaz de examinar o enfermo por telepatia, por maior que fosse a distância, que o separasse do “paciente”. Seus diagnósticos nada ortodoxos costumavam ser acompanhados de tratamentos também bizarros, incluindo ervas raras e estranhas dietas. Os seguidores de Cayce compilaram cerca de 30 mil casos durante sua carreira de 45 anos, muitos dos quais teriam culminado em aparentes curas. Registrou suas experiências em livros.

Para seus prognósticos, Cayce alegava ter acesso aos chamados registros acásicos, o “banco da memória cósmico” dos pensamentos e ações de todas as almas. Entretanto, Cayce nunca alegou ser médium.

Num nível consciente dizia ele, não tinha noção alguma de seus poderes uma vez que estes lhes vinham apenas quando estava em transe. Assim, considerava-se inadequado para analisar ou classificar suas habilidades. O filho dizia que a voz do pai era sempre a mesma ao comunicar-se com a mente de pessoas vivas ou mortas, o fluxo de informação parecia sempre vir de seu inconsciente.

Mesmo não sendo um canalizador, Cayce abriu o caminho para a canalização basicamente em virtude de seu conhecido talento para conectar-se com um poder muito maior do que o seu próprio. Levava vida simples e muitas vezes sentia-se incomodado pela publicidade que o perseguia. Cayce nunca buscou o dinheiro.

Alguns pesquisadores detectaram uma ligação entre a predisposição para a canalização e uma infância solitária ou infeliz – algo também sucedia aos médiuns.

Um crítico da canalização, Stephan Schwartz, diretor da Sociedade Moebius – uma fundação para a pesquisa da consciência – chama a atenção para o papel da imaginação nesse fenômeno, “Os canalizadores podem estar inventando tudo isso”, diz ele, “ou podem estar auto-iludidos, ou confundindo uma experiência telepática com o contato com um guia espiritual.” Por outro lado, Schwartz reconhece que “nenhum cientista de boa reputação tem ideia do que se passa nessa área.” (Adams Jr.)

Cook, Florence. (1856-1904)

Famosa médium britânica capaz de dar uma forma material aos espíritos. Nos anos 1870 ela foi examinada por Sir William Crookes, eminente físico e pesquisador da metapsíquica. Crookes certificou a autenticidade dos fenômenos, afirmando que ele conversara longamente com Katie King, um dos espíritos materializados, que ele inclusive abraçara e que igualmente vira e fotografara outros espíritos materializados. (Pellegrini)

Coué, Émile (1857-1926)

Psicoterapeuta e hipnotizador francês que estudou com H. Bernheim e A. Liebault. Ele tinha a firme convicção de que era possível eliminar doenças e desequilíbrios por meio de sugestões hipnóticas feitas à mente subconsciente. Defensor da autocura, Coué ficou famoso graças à frase "Todos os dias, em todos os aspectos, estou cada vez melhor". Essa afirmação, e outras sentenças curtas repetidas frequentemente de forma a deixar uma impressão mental, resume a prática desse psicoterapeuta, aclamado como o "pai da auto-hipnose". (Drury, 2011)

Crookes, William (1832-1919)

Pesquisador no campo da química e da física. Sua descoberta do novo elemento químico a que deu o nome de “Thallium”, suas invenções do radiômetro, do espintariscópio e do tubo de Crookes representam apenas uma pequena parte de sua grande pesquisa. Fez, também, diversas pesquisas (1870-1874) sobre os fenômenos mediúnicos, inclusive com as materializações do Espírito Katie King, através da médium Florence Cook. Confessa Crookes que iniciou as suas investigações sobre fenômenos psíquicos pensando que tudo fosse truque. (Doyle)

Davis, Andrew Jackson (1826-1910)

Clarividente norte-americano, cognominado o Profeta da Nova Revelação. Na descrição de Arthur Conan Doyle, ele era "fraco de corpo e pobre de mente". Naquela criatura mirrada, porém, dormiam as mais vastas forças espirituais. Esta é a prova de que nada do que fazia poderia vir dele mesmo. Nos últimos anos de sua infância, começou a ouvir vozes, vozes que lhe davam conselhos. Livingstone, um alfaiate, vendo os dons avançados de Davis, usou-o para diagnósticos médicos. Davis descrevia como percebia as radiações dos órgãos do corpo humano que, em caso de estarem doentes, mostravam-se obscuros.

Nessa fase inicial da experiência psíquica, Davis não se recordava do que tinha visto ou ouvido em seu transe. Contudo, essa recordação era registrada no seu subconsciente e, posteriormente, a recuperava com clareza.

Sua vida transcorria de maneira calma. Na tarde de 6 de março de 1844, entretanto, Davis foi subitamente tomado por uma força que o fez voar da pequena cidade de Poughkeepsie, onde vivia, e fazer uma pequena viagem em semitranse. É arrebatado para as montanhas de Catskill, para receber instruções espirituais que, segundo ele, eram: Galeno, o médico grego, e Swedenborg. (Doyle)

Era comum vê-lo discorrer em língua hebraica sobre questões de Geologia, Arqueologia, Mitologia e outros assuntos. Swedenborg, já no plano espiritual há um século aperfeiçoando-se, teve oportunidade de passar descrições e orientações mais detalhadas e precisas que as suas próprias, registradas em sua obra.

O sueco vira o céu e o inferno, como Davis também vira e minuciosamente os descrevera. Mas a visão clara de Davis foi mais exata ao repassar a situação dos mortos e da verdadeira natureza do mundo espiritual com possibilidade de retorno. A série de livros de Davis, intitulada "Filosofia Harmônica" teve mais de 40 edições no Estados Unidos. A esta série seguiu-se, nos anos finais de sua vida, a das "Revelações Divinas da Natureza".

Num dos seus livros, intitulado "Princípios da Natureza", Davis prevê o aparecimento do Espiritismo, como doutrina e prática mediúnica. Depois de acentuar que as comunicações espirituais se generalizarão, declara: "Não decorrer muito tempo para que essa verdade seja demonstrada de maneira viva. (www.autoresespiritasclassicos.com/Autores, em 12/02/2013.)

Doyle, sir Arthur Conan (1859-1930)

Médico escocês mais conhecido por sr o autor das aventuras de Sherlock Holmes, mas que passou muitos anos da vida investigando assuntos como espiritualismo e percepção extra-sensorial. Doyle acreditava na telepatia mental e tornou-se membro da Sociedade para Pesquisa Psíquica. Em 1902, conheceu sir Oliver Lodge, no Palácio de Buckingham, numa ocasião em que ambos eram condecorados, e descobriu que tinham em comum o interesse por crenças místicas e espiritualistas. Depois da morte de seu filho, Kingsley, um pouco depois da Primeira Grande Guerra, Conan Doyle passou a se interessar cada vez mais pela possibilidade de entrar em contato com o espírito de pessoas falecidas durante sessões espiritualistas; numa ocasião, ele afirmou ter ouvido a voz do filho falando com ele por intermédio de um médium galês. Conan Doyle veio a se tornar presidente da London Spiritualist Alliance, do College of Psychic Science britânico e da Spiritualist Community. Entre seus vários livros sobre espiritualismo está The Vital Message, A História do Espiritismo e The Edge of the Unknown. (Drury, 2011)

Home, Daniel Dunglas (1833-1866)

Célebre médium nascido na Escócia; passou a maior parte de sua vida nos Estados Unidos, mas viajou por quase todo o mundo, apresentando sua notáveis capacidades de clarividência, alongamento (aumento da estatura do corpo) e levitação. Home produzia também misteriosos deslocamentos de móveis e objetos, mensagens atribuídas a pessoas mortas, transmitidas através de golpes ou ruídos, vozes misteriosas de origem desconhecida etc. (Pellegrini)

Houdini, Harry (1874-1926)

Artista e prestidigitador que apresentou o mais célebre número de evasão jamais inventado. Para muitos, as façanhas de Houdini não poderiam ser atribuídas à simples prestidigitação, mas deviam ser explicadas também pela existência de um forte componente psíquico. (Pellegrini)

 

Hubbard, Lafayette Ronald (1911-1986)

Fundador da Cientologia e da Dianética, Hubbard alegava ter poderes extra-sensoriais, entre eles o conhecimento de encarnações passadas. Ele aparentemente emprestou do ocultismo e da ficção científica vários dos princípios da Cientologia. No final da década de 1930 e no início da seguinte, Hubbard escreveu uma sucessão de romances e folhetim para a revista sensacionalista Astounding Science Fiction, assinando às vezes com o pseudônimo de "René Lafayette". Ele também participou do grupo ocultista Ordo Templi Orientis e trabalhou com um dos seguidores de Aleister Crowley, Jack Parsons, em 1945. O livro mais conhecido de Hubbard é Dianetics: The Modern Science of Mental Health. (Drury, 2011)

Huxley, Aldous (1894-1963)

Romancista e ensaísta inglês que, na maturidade, passou a se interessar pelos estados alterados de consciência, pelas filosofias orientais, por parapsicologia e pelos tratamentos médicos não-convencionais. Huxley escreveu The Devils of Loudun (1952), que descreve supostas possessões diabólicas de freiras do convento das ursulinas, ocorridas no século XVII; e em As Portas da Percepção (1954) e O Céu e o Inferno (1956) descreve suas experiências místicas com a mescalina. Huxley também publicou artigos defendendo a percepção extra-sensorial e os fenômenos psi. Uma de suas obras que reúne seus escritos sobre experiências alucinógenas e visionárias foi publicada, em 1977, com o título de Moksha. Além de seus romances de interesse universal e permanente, Huxley publicou também A Filosofia Perene, uma seleção de belos textos filosóficos que refletem suas preocupações místicas. (Drury, 2011)

Kübler-Ross, Elisabeth (1926-2004)

Autoridade de renome internacional sobre os temas da morte e do processo de morte, Kübler-Ross fez doutorado na Universidade de Zurique, no ano de 1957. Depois de fazer seminários sobre a morte, ela passou a fazer terapia com vítimas de doenças terminais. Ao longo dos últimos vinte anos, a dra. Kübler-Ross estudou mais de vinte mil pessoas que passaram por experiência de quase morte. Ela agora achaimportante que a morte seja considerada um estado de consciência transitório que leva a outro tipo de existência, e não um declínio rumo ao esquecimento. Kübler-Ross fez cursos e palestras em vários países, sobre o processo da morte. Entre seus numerosos livros, figuram On Death and Dying, A Morte: Um Amanhecer e On Life After Death. (Drury, 2011)

Leadbeater, Charles Webster (1847-1930)

Personagem de primeiro plano nas primeiras décadas da Sociedade Teosófica, e braço direito de Annie Besant, então presidente da ST, junto à qual foi responsável pela descoberta, na Índia, do jovem Krishnamurti. Mais tarde, na Austrália, tornou-se bispo da Igreja Católica Liberal, à qual consagrou os últimos anos de sua vida. Escreveu numerosas obras, entre as quais Vida Após a Morte, O Homem: Visível e Invisível, Os Mestres e a Senda, A Ciência dos Sacramentos, Clarividência, O Plano Astral, O Plano Mental, etc. (Pellegrini)

Lévi, Eliphas (1810-1875)

Nome mágico de Alphonse-Louis Constant, filho de um humilde sapateiro parisiense. Lévi preparou-se para o sacerdócio, mas foi expulso do seminário por conta da sua promiscuidade sexual. Ele trabalhou por um tempo como caricaturista de personalidades da política e então passou a se dedicar à filosofia hermética e mágica. Apesar da sua pouca erudição, escreveu vários livros que se tornaram clássicos do ocultismo. O melhor trabalho de Lévi está contido em Os Mistérios da Magia, uma antologia de seus escritos organizados por A. E. Waite. Entre seus outros livros figuram A Chave dos Grandes Mistérios, Dogma e Ritual da Alta Magia, Grande Arcano. Do ponto de vista ocultista, Lévi é lembrado, sobretudo, por dois motivos: foi dele a importante revelação de que os 22 Arcanos Maiores do tarô aparentemente têm uma correspondência simbólica com a Árvore da Vida cabalística; e o fato de que o mago Aleister Crowley afirmava ser a reencarnação de Lévi e seu sucessor oculto. (Drury, 2011)

Lodge, Oliver Joseph (1851-1940)

Eminente físico e pesquisador britânico de fenômenos psíquicos que foi reitor da Birmingham University (1900-1919) e, no ano de 1902, foi agraciado com o título de cavaleiro do Império Britânico pelas contribuições que fez à ciência. Lodge fez pesquisas sobre a eletricidade e a condutividade térmica e foi um precursor da radiocomunicação. Em 1884, passou a se interessar pela possibilidade da transmissão de pensamentos e começou a pesquisar médiuns psíquicos e os estados de transe. Investigou a mediunidade de Leonore Piper e de Eusapia Palladino e então participou de sessões com Gladys Leonard na tentativa de estabelecer contato com o filho Raymond, que morrera na Primeira Guerra Mundial. Lodge ficou impressionado com as provas que recebeu e passou a defender a crença na vida após a morte. Ele foi presidente da Sociedade para a Pesquisa Psíquica (1901-1903) e também um autor prolífico. Alguns de seus livros: Man and the Universe (1908), Survival of Man (1909), Raymond: Or Life After Death (1916), Ether and Reality (1925) e Why I Believe in Personal Immortality (1928). (Drury, 2011)

Mesmer, Franz Anton (1734-1815)

Médico alemão, formado pela Universidade de Viena. Discípulo de Paracelso. De espírito místico, interessava-se pela Astrologia, acreditando que forças cósmicas seriam capazes de impregnar a Terra e afetar a vida dos homens. Tentou utilizar essas forças na cura dos doentes. Acreditou que a cura estar-se-ia fazendo pela ação de suas próprias mãos e, neste caso, estaria usando o "magnetismo animal". Depois de algum êxito, sofreu violenta campanha dos médicos ortodoxos, sendo obrigado a abandonar Paris, retirando-se para Versalles, em seguida para a Suíça e regressando a Baden onde ficou totalmente esquecido. (Antunes, 1999)

Médico e astrólogo austríaco que desenvolveu a teoria do magnetismo animal e deu nome ao mesmerismo, uma forma primitiva de hipnose. Mesmer formou-se em medicina pela Universidade de Viena no ano de 1766 e começou a usar o "magnetismo" em seus pacientes. Sua primeira paciente foi Fraulein Oesterline, que sofria de epilepsia. Mesmer prendeu ímãs nos braços e nas pernas dela e, depois de um período de seis horas, as convulsões cessaram. Mesmer foi posteriormente para Paris e estabeleceu-se nessa cidade depois de fazer clientela entre aristocratas abastados. Mesmer usava, nele próprio, uma camisa de couro para impedir a radiação do seu "fluido magnético", mas pedia aos pacientes que se sentassem em volta de uma tina cheia de água e limalha de ferro. Da tina saíam varinhas magnetizadas que serviam como "condutores". Os pacientes seguravam essas varinhas ao mesmo tempo em que tinham uma corda em volta do corpo, para fechar o "circuito". De acordo com Mesmer, o "magnetismo" da tina se transferia para cada um dos pacientes, eliminando qualquer doença. Na visão do cientista francês Jean Bailly, que investigou a abordagem de Mesmer, os pacientes eram também "magnetizados" pelo dedo do médico, que o movimentava para cima e para baixo diante do rosto e dos órgãos afetados dos pacientes. Os efeitos eram variados. Segundo Bailly, "alguns ficavam tranquilos e pareciam não ser afetados pela experiência. Outros tossiam e salivavam, sentiam dores ou transpiravam..." (Drury, 2011)

Myers, Frederic William Henry (1843-1901)

Escritor, poeta e ensaísta clássico que ajudou a fundar a Sociedade para a Pesquisa Psíquica (SPR) em Londres, no ano de 1882, e se tornou seu presidente em 1900. Myers era um dos investigadores da médium psíquica norte-americana Leonore Piper e foi quem cunhou o termo telepatia. Era considerado um dos membros mais ativos da SPR e dedicava a maior parte de seu tempo à pesquisa psíquica. Myers acreditava que os fenômenos psíquicos tinham origem na "consciência subliminar" e que muitas capacidades psíquicas — como a clarividência, telecinese e a escrita automática — derivavam desse nível negligenciado da mente. Myers colaborou com Frank Podmore e com Edmund Gurney na produção de Phantasms of the Living (1886). Estava trabalhando numa obra monumental intitulada Human Personality and Its Survival of Bodily Death (1903) na ocasião de sua morte. Ela foi concluída por Richard Hodgson e Alice Johnson e publicada postumamente. Considerada um dos principais trabalhos sobre pesquisa psíquica, ela resume as principais teorias e descobertas experimentais de Myers. (Drury, 2011)

Palladino, Eusapia (1854-1918)

Célebre médium italiana, testada por alguns dos mais importantes pesquisadores da época da metapsíquica. Eusapia Palladino apresentava vários fenômenos característicos dos médiuns de efeitos físicos: materialização de cabeças e mãos, mais raramente de formas humanas completas, golpes secos sobre as paredes ou móveis, luzes misteriosas, ruídos e odores, movimentos inexplicáveis de objetos, levitação etc. Em 1908, ela foi examinada pela Sociedade para a Pesquisa Psíquica, em Paris, sob condições muito rigorosas. Ao final, os investigadores, que publicaram um relatório em 1909, afirmaram "serem constrangidos a atribuir os fenômenos de Eusapia a uma causa sobrenatural". (Pellegrini)

Piper, Leonore (1859-1950)

Notável médium psíquica norte-americana que descobriu seus poderes paranormais quando consultava um agente de cura psíquica por causa de um tumor. Em sua segunda consulta, ela caiu em estado de transe e transmitiu uma mensagem espiritual para uma das pessoas presentes. (Pellegrini)

 

Rhine, Joseph Banks (1895-1980)

Parapsicólogo americano, Rhine nasceu em Waterloo, Pensilvânia, e recebeu o seu doutorado em ciências biológicas pela Universidade de Chicago, em 1925. Logo após, seu interesse concentrou-se na investigação dos fenômenos psíquicos. Junto a sua mulher, Louisa Rhine, e o psicólogo William Mc-Dougall, fundou o laboratório de Parapsicologia na Universidade Duke, em 1934, onde foram desenvolvidas as suas mundialmente famosas experiências sobre percepção extra-sensorial. Em 1961 ele tornou-se fundador e diretor da fundação para a Pesquisa do Homem, em Durhan, Carolina do Norte.

Durante muitos anos, a investigação e interpretações teóricas de Rhine sobre a PES foram rejeitadas pelos psicólogos americanos, encontrando maior simpatia por parte dos estudiosos ingleses. Mas, nas últimas décadas, a situação mudou radicalmente nos Estados Unidos, onde um número crescente de psicólogos profissionais e mesmo cientistas de outras áreas convenceram-se da realidade da PES. (Pellegrini)

Richet, Charles (1850-1935)

Médico e investigador psíquico francês. Richet iniciou sua carreira em linhas convencionais e tornou-se importante fisiólogo e professor de fisiologia na Faculdade de Medicina de Paris. Pouco a pouco começou a interessar-se pela pesquisa psíquica, da qual participavam, na sua época, importantes figuras dos meios científicos franceses. Em 1895 ele tornou-se presidente da Sociedade Universal de Estudos Psíquicos, presidente da Sociedade para a Pesquisa Psíquica e, no mesmo ano, presidente do Instituto Metapsíquico Internacional. (Pellegrini)

Roberts, Jane (1929-1984)

Uma das primeiras canalizadoras. Ela canalizou uma entidade que acabaria obtendo ampla fama e divulgação. O nome desta entidade era Seth.

Suas primeiras experiências começaram em setembro de 1963. Na noite de 09/09/1963, ficou em silêncio por alguns momentos, tentando captar as ondas de sua voz poética. De repente, seu cérebro tornou-se uma espécie de erupção vulcânica. Como ela escreveu depois, foi como se “alguém tivesse me dado um pedaço de LSD às escondidas”. “Uma avalanche fantástica de ideias novas e radicais explodiu na minha cabeça com uma força tremenda, como se meu cérebro fosse uma estação receptora ligada em um volume insuportável”, escreveu ela depois em O Material de Seth.

“Foi como se o mundo físico se tornasse fino como um lenço de papel, escondendo infinitas dimensões da realidade, e seu fosse de repente arremessada através desse lenço, com um enorme ruído de coisa rasgada. Meu corpo estava sentado à mesa e minhas mãos rabiscavam furiosamente as palavras e ideias que voavam pela minha cabeça”.

“Somos porções materializadas de energia” anunciou a entidade, “materializadas dentro da existência física para aprender a formar ideias a partir da energia e torná-las físicas”. E o que é essa porção de energia? “O eu básico”, veio a resposta, “o eu imortal, não-físico. Ele se comunica no nível da energia, com outras entidades, e tem uma quantidade quase inexaurível de energia a seu dispor.” (Adams Jr)

Swedenborg, Emanuel (1688-1772)

Cientista, filósofo e místico sueco. Nasceu numa família eclesiástica e proeminente e estudou em Uppsala. Enquanto trabalhava na Companhia das Minas entre 1716 e 1747 fez várias descobertas científicas, sendo considerado um dos fundadores da cristalografia. Contudo, tendo se convencido que tinha um contato direto com o mundo espiritual, demitiu-se e começou a lecionar, criando uma nova igreja ou comunidade com aqueles que seguiam suas doutrinas. Sua filosofia é uma mistura de pampsiquismo, panteísmo e teosofia. (Blackburn, 1997)

Emanuel Swedenborg era uma grande autoridade em Física e em Astronomia, autor de importantes trabalhos sobre marés e sobre a determinação das latitudes. Era zoologista e anatomista. Financista e político, antecipou-se às conclusões de Adam Smith. Finalmente, era um profundo estudioso da Bíblia. Dizia que "todas as afirmações em matéria de teologia são, como sempre foram, arraigadas no cérebro e dificilmente podem ser removidas; e enquanto aí estiverem, a verdade genuína não encontrará lugar".

Em seus relatos sobrenaturais, há o conhecidíssimo caso de Gotemburgo, onde o vidente observou e descreveu um incêndio em Estocolmo (a 405 km de onde estavam) e que ele consumia a casa de um vizinho seu, estando a ameaçar a sua própria. Duas horas mais tarde, ele exclamou, com alívio, que o fogo tinha parado a três portas da sua casa. Dois dias mais tarde, relatórios confirmaram cada declaração que ele tinha feito a ponto de coincidir com exatidão quanto à hora em que Swedenborg tinha recebido sua primeira impressão.

Em sua primeira visão, Swedenborg fala de uma espécie de vapor que se exalava dos poros de meu corpo. Era um vapor aquoso muito visível e caía no chão, sobre o tapete. (Doyle)

Wallace, Alfred Russel (1823-1913)

Naturalista galês que, com Charles Darwin, propôs a teoria evolucionária da "seleção natural". Russel passou a se interessar por hipnotismo e pelas pesquisas psíquicas e a ser membro honorário da Sociedade para Pesquisas Psíquicas a partir de 1882. Ele também foi membro fundador da London Spiritualist Alliance. Entre seus livros metafísicos figuram On Miracles and Modern Spiritualism (1875) e A Defence of Modern Spiritualism (1894). (Drury, 2011)



BIBLIOGRAFIA CONSULTADA


ADAMS Jr., Russel B. (org.) Mistérios do Desconhecido – Evocação dos Espíritos. São Paulo: Abril Cultural, s.d.p.

ANTUNES, George Thompson e FERREIRA, Annelise Faber. Novo Dicionário Internacional de Biografias: Dados Biográficos. São Paulo: Nobel, 1999.

BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

DOYLE, A. C. História do Espiritismo. São Paulo: Pensamento, [s.d.p.]

DRURY, Nevill. Dicionário de Magia e Esoterismo: Mais de 3000 Verbetes sobre Tradições Místicas e Ocultas. Tradução de Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Pensamento, 2011.

PELLEGRINI, Luis. Dicionário do Inexplicado. São Paulo: Edições Planeta.

São Paulo, julho de 2015.

 

 

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